domingo, 21 de março de 2010

PARÁBOLA PARA ESTA GERAÇÃO

Por Alan Capriles

Certo rei partiu para uma terra distante e nomeou ministros para cuidarem de seu reino. A princípio, eles foram bem sucedidos. Plantaram boas sementes, vigiaram contra o aparecimento de pragas, ampliaram os limites do reinado, contrataram novos obreiros e os ensinaram como plantar e colher em todo tempo. Faziam tudo de acordo com os estatutos deixados pelo rei.

Mas, com o passar do tempo, novos ministros assumiram a gestão dos antigos. E, a cada nova gestão, cada ministro decretava novidades que não haviam sido ordenadas pelo rei. Como este demorava em retornar, cada ministro ensinava o que lhe favorecia, e já não havia mais unidade entre eles.

Estas notícias chegaram ao rei, que enviou emissários ao seu reinado, a fim de que os ministros, obreiros e todo o povo se arrependesse, voltando a fazer a sua vontade. Os emissários percorreram o reino, tocando trombetas e dizendo: "O rei está voltando!". E os alertaram da terrível punição que sofreriam os desobedientes.

Porém, ao invés de promoverem uma reforma segundo os estatutos do reino, os ministros tiveram outra idéia: convencer ao rei do quanto o amavam, cantando e dançando para ele.

Sendo assim, os ministros convocaram os obreiros para congressos, a fim de proclamar o início de uma nova e chamada santa geração. Uma geração de adoradores, qua agradaria o rei compondo músicas e criando danças para ele, a fim de que sua ira fosse aplacada no seu retorno.

Isto agradou tanto, que os ministros foram exaltados pelo povo, que agora lhes prestigiavam com grandes títulos e honrarias. E lhes davam até seu pouco dinheiro, pois estavam felizes com suas promessas de que todos também seriam líderes.

Os obreiros já não tinham tempo para selecionar as sementes, preparar a terra,  proteger os frutos, ou mesmo fazer a colheita. Só tinham tempo para ensaiar músicas e danças, e para participar de congressos, shows e festivais. Todo reino acreditava nos ministros que diziam: "O tempo de cantar chegou! O tempo de dançar chegou!" O reino todo havia se transformado numa grande festa.

Os campos estavam prontos para a ceifa, mas os ministros convenceram os obreiros de que seu trabalho agora era cantar o quanto estavam apaixonados pelo rei e desesperados por sua vinda.

Quanto aos poucos ministros e obreiros que se mantiveram fiéis aos estatutos do rei, estes foram zombados, perseguidos e até apedrejados. Afinal, eles não tinham a nova visão, a tremenda revelação, não faziam parte desta "santa geração".

E o que dirá o rei quando voltar, aos desobedientes, por mais que estes tenham cantado e dançado para ele? "Muito bem, servo bom e fiel" ou dirá "Servo inútil, aparta-te de mim e do meu reino, para as trevas exteriores, onde há choro e ranger de dentes?"

Quem tem ouvidos para ouvir, ouça...
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“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.” 
“Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?” 
(Jesus Cristo - Mt 7:21 e Lc 6:46)

segunda-feira, 15 de março de 2010

O DIABO RESIDE NO VATICANO

O exorcista-chefe da Igreja Católica disse a um jornal italiano que "o Diabo reside no Vaticano" e que bispos estariam "ligados" a ele.

Em entrevista ao diário La Repubblica, o padre Gabriele Amorth, que comanda o departamento de exorcismo em Roma há 25 anos, disse que o ataque ao papa Bento 16 na noite de Natal e os escândalos de pedofilia e abuso sexual envolvendo sacerdotes seriam provas da influência maléfica do Demônio na Santa Sé e que "é possível ver as consequências disso".

O sacerdote, de 85 anos, disse ainda que há, na Igreja, "cardeais que não acreditam em Jesus e bispos ligados ao Demônio".

Amorth, que já teria realizado o exorcismo de 70 mil possuídos, publicou um livro no mês passado, chamado Memórias de um Exorcista, em que narra suas batalhas contra o mal.

A série de entrevistas que compõe o livro foi realizada pelo jornalista Marco Tosatti, que conversou com o programa de rádio Newshour da BBC.

Tosatti disse que o Diabo atua de duas formas. Na primeira, a mais comum, "ele te aconselha a se comportar mal, a fazer coisas ruins e até a cometer crimes".

Na segunda, "que ocorre muito raramente", ele pode possuir uma pessoa. Tosatti disse que, de acordo com Amorth, Adolf Hitler e os nazistas foram possuídos pelo capeta.

O exorcista católico conta em suas memórias que, durante as sessões de exorcismo, os possuídos precisavam ser controlados por seis ou sete de seus assistentes. Eles também eram capazes de cuspir cacos de vidro, "pedaços de metal do tamanho de um dedo, mas também pétalas de rosas", segundo o sacerdote.

Guerra contra a Igreja

Amorth defende que a tentativa de assassinato do papa João Paulo 2º em 1981, assim como o ataque ao atual papa no Natal passado e os casos de abuso sexual cometidos por padres são exemplos de que o Diabo está em guerra com a igreja.

Em entrevista ao La Repubblica, o exorcista contou que o Demônio "pode permanecer escondido, ou falar diferentes línguas, ou mesmo se fazer parecer simpático".

Para Tosatti, não há nada que se possa fazer quando o Diabo está apenas influenciando as pessoas, em vez de estar possuindo-as.

Segundo o exorcista-chefe do Vaticano, o papa Bento 16 apoia o seu trabalho.

"Sua Santidade acredita de todo coração na prática do exorcismo. Ele tem encorajado e louvado o nosso trabalho".

No jornal italiano, Amorth também comentou sobre como o cinema retrata o exorcismo e a magia.

Segundo ele, o filme O Exorcista, de 1973, em que dois padres lutam para exorcizar uma garota possuída é "substancialmente preciso", apesar de "um pouco exagerado".

Já a série do jovem bruxo britânico Harry Potter é descrita como "perigosa" pelo sacerdote, pois traça "uma falsa distinção entre magia negra e magia do bem".

Fonte: BBC Brasil

quinta-feira, 11 de março de 2010

ROBERTO MCALISTER ALERTOU: "TELEVISÃO CRIA MONSTROS"

por Alan Capriles

O Bispo Robert McAlister, fundador da Igreja Pentecostal de Nova Vida, foi pioneiro em transmitir o Evangelho pela televisão brasileira. Em 1978, se tornou um dos primeiros televangelistas com o programa "Coisas da Vida", que apresentou por um bom tempo na TV Tupi.

Apesar de já não estar mais conosco desde 1993, somente agora se tornou pública a razão pela qual o bispo Roberto deixara de fazer programas na televisão, abrindo espaço para R.R. Soares, Silas Malafaia, entre outros.

A revelação vem por meio de seu filho, Walter McAlister, bispo primaz da Aliança das Igrejas Cristãs de Nova Vida, que lançou recentemente "O Fim de Uma Era", livro em que traça uma radiografia da Igreja evangélica brasileira desde o início do século XXI.

Numa época de tantos programas evangélicos na TV e de tantas celebridades no mundo gospel, esta revelação soa como um grave alerta, que deveria ser amplamente difundida. Levando em conta que o bispo Roberto McAlister foi pioneiro no televangelismo, aqueles que hoje fazem de tudo para continuar aparecendo na TV deveriam considerar as razões de suas palavras, e a impressionante conclusão de seu filho.

Segue, portanto, o trecho do livro de Walter McAlister, no qual não apenas revela porque seu pai preferiu se afastar da televisão, como também explica porque as programações evangélicas deveriam ser extintas da TV.

Meu pai fez um programa de televisão durante um tempo. Ele me disse: "Televisão cria monstros". Eu vi o quanto ele lutava contra a vaidade gerada pelo fato de ser conhecido na rua. Ele mesmo me confessou como a vaidade dele era um problema para ele, por causa de sua fama. Televisão evangélica apenas cria celebridades, não avança a causa de Cristo. Por quê? Porque não se assiste a televisão para ouvir a verdade. É como levar a mensagem do Evangelho para o circo e pregar entre o show dos macados amestrados e o dos palhaços. Pessoas não vão ao circo para ouvir o Evangelho, e sim para se divertir com os macacos, os palhaços, os acrobatas. Então, de repente, o Evangelho se insere num contexto completamente contrário àquele que tem a estrutura necessária para transmiti-lo. E o que acontece? Leva-se a Arca para fora do Santo dos Santos, para o campo de batalha. No popular: a Igreja vira circo. Com isso, a Igreja perde a batalha, pois, em vez de se concentrar naquilo que é sagrado, construir comunidade, ensinar a verdade e formar bons discípulos, está numa guerra voltada para determinar quem grita mais alto no meio do circo chamado "televisão".
 

O FIM DE UMA ERA - Walter McAlister - Editora Anno Domini - pág. 40
http://www.ofimdeumaera.com.br/

terça-feira, 9 de março de 2010

TEXTO FORA DE CONTEXTO

por Alan Capriles

A frase é famosa no meio teológico: “texto fora de contexto é pretexto para heresia”. A realidade, porém, é que poucos tem o cuidado de averiguar o contexto no qual se encontra um versículo. Muitos pregadores, mesmo com formação em teologia, preparam seus esboços sem nenhuma preocupação em dizer aquilo que o autor do texto bíblico queria dizer. E isto é mais comum do que se imagina!

Como prova do que estou afirmando, deixo três exemplos de versículos famosos, mas que, quando usados fora de contexto, dão margem para heresias.  Que isto sirva de alerta para se verificar o contexto bíblico de qualquer mensagem, principalmente as que são baseadas em apenas um versículo da Bíblia.

Tudo posso naquele que me fortalece

Muito provavelmente, este é o versículo mais distorcido. Tirado de seu contexto, muitos concluem tratar-se de uma frase triunfalista, de alguém que pode conquistar seus alvos, que pode obter todas as coisas.

Por esta razão, este versículo é o mais repetido pelos pregadores da teologia da prosperidade, que apregoam a idéia do super crente. “Você pode ter saúde, você pode ter dinheiro, você pode ter sucesso... tudo posso naquele que me fortalece!” esbravejam os falsos profetas.

Mas o apóstolo Paulo não estava se referindo a conquistar ou a se obter algo. Antes, muito pelo contrário! Vejamos o contexto:

“Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece. Todavia, fizestes bem, associando-vos na minha tribulação.” (Filipenses 4:11-14 RA)
Quando Paulo escreveu o famoso “tudo posso” ele passava por grande tribulação, pois estava encarcerado. Portanto, como se percebe na leitura do contexto, a interpretação correta é: “tudo posso suportar”.

Quer seja humilhado, ou honrado, na fartura, ou na fome, tanto em situação de abundância, quanto de escassez, “tudo posso naquele que me fortalece”.

Pedis e não recebeis porque pedis mal

Por mais de uma vez já ouvi pregadores usarem este versículo para ensinar o seguinte:

“Você precisa ser específico no seu pedido. Se você pede a Deus um carro, diga qual a marca, o modelo, se é completo; se está pedindo uma casa, especifique o bairro, com quantos quartos e banheiros, se quer piscina e churrasqueira; ou seja, você não tem recebido nada disso porque não tem pedido direito. Pedis e não recebeis porque pedis mal!”

Este tipo de ensinamento é ridículo e não tem base nas Escrituras. E nem é preciso examinar o contexto para se revelar a farsa. Basta concluir a leitura do próprio versículo:

“pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres.” (Tiago 4:3 RA)

A parte final, que diz “para esbanjardes em vossos prazeres” é omitida por aqueles que desejam ensinar o contrário do que a Bíblia ensina.

Deus não responde orações de pessoas egoístas e mundanas. Nem sequer as ouve (Is 58:3; Jr 14:12-16)  Mas, a fim de que ainda não reste nenhuma dúvida, vejamos então o contexto:

“De onde procedem guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne? Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Nada tendes, porque não pedis; pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres. Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” (Tiago 4:1-4 RA)

Somos mais do que vencedores

Usado fora de seu contexto, esta frase transmite a falsa idéia de que a vida do crente “é só vitória”, como costumam dizer alguns.

Mas o apóstolo Paulo especificou em quais situações é que somos mais do que vencedores. O versículo completo diz o seguinte:

“Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.” (Romanos 8:37 RC)

“Em todas estas coisas...” Quais coisas?

A resposta, bem como o entendimento para este versículo, está em seu contexto:

“Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia: fomos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.” (Romanos 8:35-37 RC)

Ao contrário de uma vida isenta de lutas e sofrimento, o apóstolo Paulo declara que somos mais do que vencedores nas seguintes circunstâncias: Tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo, ou espada.

E, qual a nossa vitória, em meio a tantas adversidades? Novamente, o contexto nos responderá:

“Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor!” (Romanos 8:37-39 RC)

A nossa grande vitória é não duvidar deste amor que Deus tem por nós, provado em nosso Senhor Jesus Cristo. Ainda que venha tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo, ou mesmo a morte, nada poderá nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor!

quarta-feira, 3 de março de 2010

OUTRO JESUS, OUTRO ESPÍRITO, OUTRO EVANGELHO

por Alan Capriles

O Espírito Santo poderia usar um falso crente para operar sinais e prodígios?

Minha tese é que não. Tenho absoluta certeza que não. E, nas linhas abaixo, espero provar que não é o Espírito Santo que está atuando através dos milagreiros que aparecem na televisão.

O texto é um pouco longo, devido a importância desta questão. Mas, acredite: você precisa ler até o fim e orar seriamente a respeito deste assunto.

Antes de prosseguir, é preciso esclarecer que não se trata de julgar uma pessoa como falso crente. Sabemos que o Senhor nos proíbe de julgar (Mt 7:1). Por outro lado, no mesmo capítulo somos advertidos a examinarmos os frutos de alguém que se diga porta-voz do Senhor, a fim de não sermos enganados por um falso profeta, pois eles sempre se “apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores.” (Mt 7:15-23)

Perceba que um falso pregador, ou profeta, não é apenas um lobo, mas um lobo “roubador”. E isto é bastante significativo, pois revela qual a real motivação para enganar as pessoas (usando o nome de Jesus): arrancar-lhes dinheiro!

E isto é mau, é um fruto muito mau. A este respeito, confira o que nos ensinou o Senhor:

“Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis.” (Mateus 7:15-20 RA)

Mesmo assim, muitos crentes parecem não enxergar os falsos pregadores, pois o ministério destes costuma ser caracterizado por sinais e prodígios, tais como profecias, exorcismos e milagres de todo tipo. E, além do mais, alguns deles estão na televisão, enfatizando estas extraordinárias manifestações do... Espírito Santo?

Não... É melhor não se apressar em dizer que são do Espírito Santo.

Afirmo isto porque, no mesmo texto em que o Senhor nos adverte contra os “lobos roubadores”, ele também prossegue dizendo o seguinte:

“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade.” (Mateus 7:21-23 RA)

Não é por acaso que este texto é a continuação do anterior. Sem dúvida, o Senhor sabia que os falsos pregadores usariam de sinais e prodígios para tentar nos enganar. Sendo assim, Jesus deixou claro que não basta chamá-lo de Senhor, e nem operar tais manifestações em seu nome, pois a evidência da salvação não é o poder, mas o fruto de uma vida que faça a vontade de Deus.

Chegamos a esta primeira conclusão importante: profecias, exorcismos e milagres, ainda que realizados usando-se o nome de Jesus, não significam que seja uma obra de Deus.

O problema é que muitos pensam exatamente o contrário. Por não examinarem as Escrituras, a maioria dos crentes conclui que Deus está aprovando o ministério de alguém somente por causa dos sinais e prodígios que nele ocorrem. Isto é um erro gravíssimo, pois o Senhor nos alertou do que aconteceria nestes últimos dias que vivemos:

“porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos.” (Mateus 24:24 RA)

O que seriam estes “grandes sinais e prodígios”?

Um paralítico andar não é um grande sinal? Um dente transformar-se em ouro não é um grande prodígio? Assim como pessoas caírem ao chão pelo poder emanado por alguém. Estas manifestações, e outras até mais assombrosas, têm acontecido em alguns ministérios e diariamente são divulgadas em canais abertos de televisão.

Como resultado desta propaganda, multidões têm sido atraídas a estes ministérios. Surge agora uma nova questão: o fato de seus templos estarem lotados não significa uma aprovação de Deus?

Mais uma vez, a resposta é um categórico “não”. Preste bastante atenção no seguinte alerta do Senhor, quanto a estes últimos dias:

“Porque virão muitos em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo, e enganarão a muitos.” (Mateus 24:5 RA)

O Senhor não somente nos adverte que viriam em nome dele, ou seja, realizando seus atos “em nome de Jesus”, mas também revela que estes falsos ungidos enganariam “a muitos”.

Chegamos a outra importante conclusão: a quantidade de pessoas não significa que Deus esteja aprovando determinado ministério, ainda que sejam milhares de seguidores.

Vejamos um pouco melhor esta questão:

“Então, se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo! Ou: Ei-lo ali! Não acrediteis; porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos. Vede que vo-lo tenho predito.” (Mateus 24:23-25 RA)

Talvez muitos não atentem para o cumprimento deste versículo por não saberem o que Jesus quis dizer com “falsos cristos”. A palavra “cristo” é um termo grego que significa “ungido”. A partir do Novo Testamento somente o Senhor Jesus é chamado de “Ungido”, ou Cristo (At 4:26). Mas, não é verdade que atualmente muitos pregadores dizem que são os “ungidos” do Senhor?

Todo aquele que diz, acerca de si mesmo, ser o “ungido do Senhor” é um falso cristo. E todo aquele que prega por dinheiro é um falso profeta. A profecia está se cumprindo.

O Senhor previu que isto aconteceria nestes últimos dias. E isto está acontecendo agora mesmo!

Portanto, não se apresse em dizer que o Espírito Santo está operando através do ministério de supostos ungidos e profetas, ainda que tenham o título de pastor, bispo, missionário, ou até mesmo de apóstolo.

Verifique o fruto! Jesus nos ensinou como não sermos enganados: “pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7:20)

Caso tenhamos dificuldade em saber dos pormenores da vida destes milagreiros, basta analisar suas pregações, que são o fruto de seus lábios (Lc 6:45; Hb 13:15). E, comparando aquilo que pregam com as Escrituras, poderemos reconhecer se estão dando bom ou mau fruto.

Lamentavelmente, o que tenho percebido é que todos os milagreiros evangélicos que aparecem na televisão têm pregado heresias, ou seja, ensinos contrários à Palavra.  Aproveitando-se da falta de conhecimento que as pessoas têm da Bíblia, eles ensinam outro evangelho, que não é o da graça de Deus, e até chegam a pregar outro Jesus, diferente do Cristo das Escrituras.

E, quando se prega outro Jesus, as pessoas abraçam outro evangelho e, certamente, receberão outro espírito, que não é o Espírito Santo.

Isto é grave, terrivelmente grave. O apóstolo Paulo parece ter nos alertado a este respeito:

“Porque, se alguém for pregar-vos outro Jesus que nós não temos pregado, ou se recebeis outro espírito que não recebestes, ou outro evangelho que não abraçastes, com razão o sofrereis.” (2 Coríntios 11:4 RC)

Pregar outro evangelho é tão grave, que o apóstolo Paulo declara ser amaldiçoado (anátema) aquele que o fizer (Gl 1:9). A razão de tanto rigor é o risco de as pessoas receberem “outro espírito” nas reuniões em que se prega “outro evangelho”.

Esta é a chave para se entender o que está acontecendo no meio evangélico. É preciso enfatizar isto:

Quando se prega outro Jesus, as pessoas abraçam outro evangelho e recebem outro espírito, que não é o Espírito Santo.

Portanto, não é o Espírito Santo que está operando através dos milagreiros que aparecem nos programas evangélicos da televisão. Não é o Espírito Santo que está fazendo as pessoas darem gargalhadas incontroláveis, caírem ao chão, ou perderem totalmente o controle de si mesmas, em movimentos espasmódicos, giros, ou correrias pelo templo.

Antes de encerrar, gostaria de esclarecer que creio no poder de Deus, seja para profetizar, curar, expulsar demônios ou qualquer outra extraordinária manifestação. Mas, a questão não é esta.

Se os ministros que aparecem na TV estivessem pregando o genuíno evangelho, eu seria o primeiro a crer que seus milagres procedem de Deus. Mas, a questão é: estes milagreiros evangélicos têm sido um escândalo para o evangelho. 

Quase sinto vergonha de ser pastor, por causa destes falsos ministros do evangelho, que não medem a conseqüência de seus atos e palavras. Quanta diferença de um verdadeiro apóstolo, como Paulo, que escreveu: “não dando nós nenhum motivo de escândalo em coisa alguma, para que o ministério não seja censurado.” (2 Coríntios 6:3 RA)

Acordem irmãos! Somos testemunhas de um tempo profetizado pelo Senhor. Tempo de falsos ungidos e falsos profetas, que realizam grandes sinais e prodígios, através dos quais muitos têm sido enganados.

E você?